Sábado,10 de maio de 2014 estive pela 1ª vez na sede/Casa
Grande do Engenho/ Fazenda MATARACA, município de Atalaia/AL, acompanhado do meu amigo de infância, avenidense da gema,
meu xará Alberto Nonô - Cuca.
Ao adentrarmos nas férteis terras do MATARACA, Cuca ao lado
do seu motorista, ia me falando e descrevendo
pausadamente as velhas lembranças que espontaneamente surgiam na sua mente.
A medida que sua Ford Ranger seguia pelos cercados e a vista
deslumbrava vastíssimas pastagens de capim pangola, mostrava a vastidão e
potencialidades daquelas terras para
criação de bovinos e eqüinos, embora possua também outras vastas áreas de canaviais.
Nossa primeira parada foi num arruado de casas de colonos,
baias, almoxarifado e outras instalações quando
Cuca apontou para uma das casas e disse que sua mãe Dona Santina havia
nascido nela.
Observei com certa facilidade que Cuca estava cada vez mais
se emocionando quando descrevia em
detalhes as lembranças de sua infância e adolescente naquelas terras.
Na nossa 2ª parada, início da ladeira com calçamento, de
acesso a Casa Grande comentou com acentuada nostalgia e certa tristeza que hoje
não se tem mais as aves e passarinhos de
sua época , como galos de campina,
rolinhas, canários, Xexéu, juritis , araras , bentivi e outros, que foram
expulsos daquela região devido ao alto grau de desmatamento das matas e arvores
frutíferas, dando lugar a pastos e canaviais.
A 3ª parada, já no pátio da Casa Grande, Cuca descrevia com
emoção cada recanto , de cada cômodo, pois a mesma conserva toda a mobília,
desde os vários quartos, sala de estar, sala de jantar, copa, cozinha, terraços
daqueles tempos de ouro da Fazenda MATARACA e se emocionou quando me falou que ia me mostrar o
quarto que o Tio Celso fez para ele e Emilio meu irmão. Disse que seu Tio Celso
tinha Emilio e Cuca como filhos e esse cômodo de 2 camas de solteiro foi
idealizado para evitar que os mesmos ao regressarem das suas inúmeras noitadas
e madrugadas da cidade do Pilar, não o acordasse pois fez propositadamente uma porta externa
diretamente com acesso pelo terraço . Com os olhos lacrimejados mostrou o
restante da casa , a cadeira espreguiçadeira onde seu tio costumava descansar continua no
mesmo local, a grande diversidade das mobílias, jarros , quadros, objetos de
decoração nos seus devidos lugares.São relíquias históricas da família.
Enquanto percorríamos os vários cômodos da Casa Grande, ouvia
distante um barulho característico de uma queda d’água. De fato, fomos andando para a parte traseira onde
existe as instalações de uma casa de
banhos com churrasqueira, mesas e
complementadas com uma piscina ou banhos de bica alternativos com apenas o
trabalho de fechar ou abrir as mesmas e aguardar poucos minutos para seu
enchimento devido a grande vazão da água . Ao redor dessas instalações, um
grandioso pomar adulto com várias fruteiras dando um sombreado e frescor
agradável. Como viemos ao mundo eu e
Cuca fomos desfrutar daquele banho de bica com a água naturalmente gelada, inesquecível, sentindo o cheiro característico da água doce
que desce por gravidade daquelas matas próximas da casa Grande sem parar de inverno a verão por anos a fio. É um prodígio da natureza. Serviu para nosso
relaxamento e revigoramento geral, pois
cooperamos também com uns bons goles de uísque 12.
Ficamos cerca de2 h naquela farta natureza, mergulhando e
bebericando onde Cuca descreveu inúmeras histórias dele e de Emilio naqueles
tempos, época de ouro de sonhos
e formação dos mesmos e que fiz
questão de registrar quanto feliz estava por conhecer e sentir de perto aquele
ambiente, aquele lugar e poder imaginar quão afortunados foram Cuca e Emilio
por terem tido a oportunidade de desfrutar e viver aqueles momentos felizes de
suas vidas.Cuca me fez lembrar de maneira profunda o meu querido irmão Emílio e
que tenho certeza que onde ele estiver estará feliz por essa nossa visita a Fazenda MATARACA.
De regresso á Maceió. enquanto o carro seguia pelas estradas,
em minha mente vinha a convicção que
tenho muito gosto pelo campo e sempre que tenho oportunidade procuro conhecer e
visitar as fazendas e ao desembarcar, já na
Pajuçara disse a Cuca: foi um excelente passeio, esta foi a melhor
fazenda que tive oportunidade de conhecer.Grato Cuca e até breve.
Recife,30/06/14.
Alberto Cardoso
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