segunda-feira, 7 de julho de 2014

FAZENDA MATARACA por Alberto Cardoso



Sábado,10 de maio de 2014 estive pela 1ª vez na sede/Casa Grande do Engenho/ Fazenda MATARACA, município de Atalaia/AL, acompanhado  do meu amigo de infância, avenidense da gema, meu xará  Alberto Nonô  - Cuca.

Ao adentrarmos nas férteis terras do MATARACA, Cuca ao lado do seu motorista,  ia me falando e descrevendo pausadamente as velhas lembranças que espontaneamente surgiam na sua mente.
A medida que sua Ford Ranger seguia pelos cercados e a vista deslumbrava vastíssimas pastagens de capim pangola, mostrava a vastidão e potencialidades daquelas  terras para criação de bovinos e eqüinos, embora possua também outras  vastas áreas de canaviais.

Nossa primeira parada foi num arruado de casas de colonos, baias, almoxarifado e outras instalações quando  Cuca apontou para uma das casas e disse que sua mãe Dona Santina havia nascido nela.
Observei com certa facilidade que Cuca estava cada vez mais se emocionando quando descrevia  em detalhes as lembranças de sua infância e adolescente naquelas terras.

Na nossa 2ª parada, início da ladeira com calçamento, de acesso a Casa Grande comentou com acentuada nostalgia e certa tristeza que hoje não se tem mais as aves e passarinhos  de sua época , como  galos de campina, rolinhas, canários, Xexéu, juritis , araras , bentivi e outros, que foram expulsos daquela região devido ao alto grau de desmatamento das matas e arvores frutíferas, dando lugar a pastos e canaviais.

A 3ª parada, já no pátio da Casa Grande, Cuca descrevia com emoção cada recanto , de cada cômodo, pois a mesma conserva toda a mobília, desde os vários quartos, sala de estar, sala de jantar, copa, cozinha, terraços daqueles tempos de ouro da Fazenda MATARACA e se  emocionou quando me falou que ia me mostrar o quarto que o Tio Celso fez para ele e Emilio meu irmão. Disse que seu Tio Celso tinha Emilio e Cuca como filhos e esse cômodo de 2 camas de solteiro foi idealizado para evitar que os mesmos ao regressarem das suas inúmeras noitadas e madrugadas da cidade do Pilar, não o acordasse  pois fez propositadamente uma porta externa diretamente com acesso pelo terraço . Com os olhos lacrimejados mostrou o restante da casa , a cadeira  espreguiçadeira  onde seu tio costumava descansar continua no mesmo local, a grande diversidade das mobílias, jarros , quadros, objetos de decoração nos seus devidos lugares.São relíquias históricas da família.

Enquanto percorríamos  os vários cômodos da Casa Grande, ouvia distante um barulho característico de uma queda d’água. De fato, fomos  andando para a parte traseira onde existe  as instalações de uma casa de banhos com churrasqueira, mesas  e complementadas com uma piscina ou banhos de bica alternativos com apenas o trabalho de fechar ou abrir as mesmas e aguardar poucos minutos para seu enchimento devido a grande vazão da água . Ao redor dessas instalações, um grandioso pomar adulto com várias fruteiras dando um sombreado e frescor agradável.  Como viemos ao mundo eu e Cuca fomos desfrutar daquele banho de bica  com a água naturalmente gelada, inesquecível,  sentindo o cheiro característico da água doce que desce por gravidade daquelas matas próximas da casa Grande  sem parar de inverno a verão por anos a fio.  É um prodígio da natureza. Serviu para nosso relaxamento  e revigoramento geral, pois cooperamos também com uns bons goles de uísque 12.



Ficamos cerca de2 h naquela farta natureza, mergulhando e bebericando onde Cuca descreveu inúmeras histórias dele e de Emilio naqueles tempos, época de ouro  de  sonhos   e  formação dos mesmos e que fiz questão de registrar quanto feliz estava por conhecer e sentir de perto aquele ambiente, aquele lugar e poder imaginar quão afortunados foram Cuca e Emilio por terem tido a oportunidade de desfrutar e viver aqueles momentos felizes de suas vidas.Cuca me fez lembrar de maneira profunda o meu querido irmão Emílio e que tenho certeza que onde ele estiver estará feliz por essa nossa  visita a Fazenda MATARACA.

De regresso á Maceió. enquanto o carro seguia pelas estradas, em minha mente  vinha a convicção que tenho muito gosto pelo campo e sempre que tenho oportunidade procuro conhecer e visitar as fazendas e ao desembarcar, já na  Pajuçara  disse a Cuca:  foi um excelente passeio, esta foi a melhor fazenda que tive oportunidade de conhecer.Grato Cuca e até breve.

Recife,30/06/14.
Alberto Cardoso

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