segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DÁDIVAS E PRENDAS NATALINAS: - CELEBRAÇÕES, CULTOS E TESTEMUNHOS por Murillo Mendes

1. Na última sexta-feira, fez-se em realidade luminosa, um encantador livro de relatos e de experiências, colhidos ao longo de uma época imorredoura que, ainda, se expande, impregnando a alma de quantos a desfrutaram na varando atlântica da Avenida da Paz, sob o pálio da estima e da verdadeira amizade. Uma construção literária que exalta uma adolescência/juventude forjada sem a rigidez de regras draconianas e castradoras; consumada em liberdade, embora obediente e em harmonia com os postulados familiares então vigentes, que não os oprimia, imobilizando-os.

“Meninos da Avenida”, o livro aqui festejado, expressa a saga da formação de jovens adolescente, o eco de sua felicidade, o companheirismo ousado e fértil que consagrou um logradouro e que destaca a felicidade de uma época em que se fizeram prontos para os enfrentamentos existenciais. Trata ele, na verdade, do breviário avenidense; uma narrativa compartida, coletiva por excelência, de fatos acontecidos, semeados e germinados no terreno alvissareiro da juventude, cujos frutos, agora maduros e saborosos, são colhidos para transformarem-se em livro, para perpetuá-los, evitando que se percam nos desvãos imperscrutáveis do tempo passado.

Não se trata, pois, de um livro fantasioso que alberga situações irreais, ou refere-se a pessoas imaginárias; nele, estão narrados fatos reais, experiências de pessoas vivas que se nutriram em uma aura benfazeja, para se converterem em cidadãos válidos e operantes. Os meninos que habitaram a Avenida da Paz e adjacências, como, de resto, os jovens contemporâneos que amavam a vida, não viam o mundo em que estavam inseridos como algo estático, completo e acabado; sabiam, de modo empírico, é bem verdade, como corolário de seu inato sentido de completitude, que teriam de lutar pelo seu aprimoramento, pela elevação de sua justeza e de sua equidade; para fazê-lo mais fraterno e feliz, aberto a todos, acolhedor de todos...

Contando estórias, relatando experiências juvenis, “Os Meninos da Avenida” fortalece, em todos nós, a certeza de que a felicidade existe e é possível... E nos ensina que, para desfrutá-la, não precisamos de muito; basta que saibamos colocá-la ao alcance de nossas possibilidades. E, assim, eles fizeram e está registrado na autenticidade de seu livro. Parabéns, avenidenses! A lição é edificante e a festa que lograram realizar foi inspiradora e emocionante.

2. No sábado recém-passado, ainda em comunhão com a mágica natalina, significando uma simbiose perfeita e amena, edificada por jovens briosos, nos altiplanos do Farol, realizou-se o Encontro de Confraternização do Palmeiras, com a presença de mais de meia centena de seus sempre joviais integrantes. Foi, por assim dizer, uma festa de celebração à harmonia entre pessoas, à estima entre companheiros que se mantêm unidos e solidários, afetuosos. Mas, também, evocativa de um culto à interação entre o ser humano e a natureza, justo que se materializou no entorno lagunar, emoldurado por sua inspiradora paisagem.

Foi, em sua concretude, uma majestática exaltação aos sentimentos que agregam e elevam, uma comemoração que nos distinguiu e marcou, enquanto seres inteligentes. A alegria tomou conta de todos, criando um ambiente verdadeiramente fraternal. Nele, foram compartidas as amenidades que povoaram a afortunada juventude palmeirense; lembrados e enobrecidos os tempos criativos que a fizeram operante e válida. Na verdade, essa comunidade sabia o que queria; sabia somar-se em aliança, para não se deixar afetar pelo áspero do egoísmo avassalador. Enfim, uma contagiante reunião festiva e luminosa.

3. No crepuscular desta crônica, cumpre-me o elogio à juventude raiolina que vivi, intensa e plenamente, no território livre da Praça Raiol. Expresso-a na abordagem poética que segue:

Juventude na Raiol: Um tempo já distante/ Aos nossos olhos/ Tão bem vivido/ Tão bem haurido/ Ainda íntegro, constante/ Em nosso espírito / / Tempo inovador, eloqüente/ Singular, construtivo/ Convergente/ Ainda vivo em nós.../ Felizmente / / Por isso,/ Fulcro de nossas emoções/ Reverenciado, presente/ Em nossos corações/ Jamais esquecido/ Descartado ou ausente/ credo de nossas celebrações / / Tempo alentador, querido/ Embora decorrido/ Não se fez ido/ Na seletiva corrida/ Na inclemente luta da vida / / Halo renovador/ Força incontida, ardor/ Energia inesgotável, criativa/ Substância essencial da vida/ Ínsita em todos nós/ Aureolando nossa diuturna lida.

O JORNAL - 20-12-2011

Nenhum comentário: