terça-feira, 16 de agosto de 2011

UM PUXÃO DE ORELHA por Paulo Ramalho


O encontro mensal dos Meninos da Avenida ocorre sempre a partir das 12 horas, na primeira sexta-feira, agora no Restaurante Candelabro, no térreo do Clube Fenix Alagoano.

Este mês foi no dia 5 próximo passado, que apesar de uma pequena freqüência Eu, Alberto Nono, o Cuca, Carlito, o escritor e Secretário de Cultura de Marechal Deodoro, Lelé, o neguinho, Guilherme e Ricardo Braga, Eurico Uchoa e Sérgio Nobre, houve uma grande satisfação e alegria, pelo comparecimento de um avenidense, que já por diversas vezes havia dito que ia, e ainda não havia dado a satisfação de sua presença.

Trata-se de Roberto Mascarenhas, carinhosamente chamado de Betinho Mascarenhas, que morou em uma casa que tinha a estátua de dois leões na entrada, vizinha ao atual Museu Téo Brandão, antiga residência dos Machados.

Que a freqüência reduzida não o desestimule a voltar outras vezes, e se possível com seu irmão Jouber , que veio a ser meu primo, pois casou com Nina Maria prima irmã, filha de minha Tia Zuíla , irmã de minha Mãe .

Foi neste almoço que levei um puxão de orelha de meu amigo irmão de infância e vizinho, Guilherme Braga, o Guila na intimidade.

Quando escrevi Mais Um Causo dos avenidenses, que teve como figura central Bené, o Benedito Bentes, disse que ele morava quase vizinho a nossa casa, apenas uma nos separava, mas não falei quem morava na casa que nos separava.

Venho agora me retratar, pedindo desculpas pela minha falta, e dizer que os moradores eram os Braga, Dr. Ulisses , casado com Dona Creusa, pais de nossos amigos irmãos de infância, Guilherme e Ricardo que tiveram como babá a saudosa Marina.

Dr. Ulisses, advogado brilhante,intelectual, muito distinto , educado e professor titular e efetivo da Faculdade de Direito de Alagoas onde preparou grandes advogados que militam em nosso e outros estados.

Dona Creusa que veio a falecer quando do nascimento do terceiro filho Felipe, era uma senhora fina e muito educada.

Não sei se o Guilherme se lembra, que encontrei-me com ele na Praça Monte Pio, próxima a Faculdade de Direito, onde seu pai lecionava, hoje sede da Ordem dos Advogados de Alagoas, pouco depois do falecimento de sua genitora, e disse, Guilherme sonhei com Dona Creusa, contei-lhe o sonho e ele saiu com os olhos cheios de lágrimas.

Antecedeu aos Braga os Normandes, que depois foram morar na Fernandes Lima, esquina com a Rua Goiás e os Bragas no Tabuleiro dos Martins.

Naquela época, morar na Fernandes Lima era o máximo dos status.

Durval Normande era casado com Dona Silvia , senhora fidalga, muito educada e seus filhos eram, os homens Júlio, Manoel, mais conhecido por Né, Zeca e Henrique, as mulheres Nizia, Rosa, Eunìce e Helvina.

Júlio e Né não estão mais entre nós.

Eram muito amigos de meus pais, pois minha mãe conhecia Durval , desde solteira em União dos Palmares.

Interessante é que Durval veio a ser Bisavô dos filhos de Ricardo Braga, que foi casado com uma filha de Né Normande.

Júlio, no futebol dos Perrelli, realizado na praia da Avenida aos domingos, tinha o apelido de canela de trilho, ai de quem levasse uma canelada dele, e Henrique de Kirí.

Lembro-me, apesar de que estava com apenas 8 anos de idade, na cheia de 1949, quando caiu a ponte sobre o Riacho Salgadinho, próxima a nossa casa, e a água chegou ao quintal de nossa casas, Kirí no cangote do empregado, com um cabo de vassoura na mão, matando as cobras de duas cabeças que apareciam.

Fui convidado, não recordo em que ano, a participar de um grupo de danças organizado por Dona Maria Magalhães, que promovia esses eventos, a fim de angariar fundos para obras de caridade.

Neste ano a dança era o Coco, e os ensaios no Clube Fenix .

Estávamos reunidos, mas ninguém sabia dançar coco, foi quando alguém lembrou de Durval Normande, e foi buscá-lo em sua casa no Farol, ele veio com a maior boa vontade, e nos ensinou a dançar, e fizemos uma grande e bonita apresentação.

Guila mais uma vez peço desculpas pela minha distração, acredito que me redimi.

Beijo no coração de todos e fiquem com Deus.

Paulo Ramalho, agosto 2011.

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